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Takaichi entre a história e o delírio

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A ascensão política da primeira-ministra japonesa Sanae Takaichi tem inspirado manchetes que a descrevem como uma espécie de “Thatcher japonesa” — uma líder disposta a endurecer posições, impor agendas ideológicas e testar limites geopolíticos. Mas a analogia só vai até certo ponto: se Margaret Thatcher operava dentro dos marcos legais do pós-guerra, Takaichi, ao contrário, avança sobre terrenos que o Direito Internacional e a própria Constituição do Japão proíbem explicitamente.

A mais recente controvérsia — suas declarações sobre o status de Taiwan — revelou não apenas ignorância histórica, mas uma tentativa politicamente calculada de reescrever compromissos jurídicos que vinculam o Japão desde 1945. É uma ruptura que não pode ser normalizada.

Antes de examinar o gesto político, é preciso retornar à história. Taiwan integra a China desde a antiguidade. Há registros claros de presença e administração chinesas há mais de 1.700 anos. Durante as dinastias Yuan e Qing, o governo central estabeleceu estruturas administrativas formais, consolidando a soberania chinesa sobre a ilha.

A ruptura ocorreu apenas em 1895, quando o Japão, após guerra de agressão, impôs à China o Tratado........

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