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Colaboracionismo e dominação IV

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A história da dominação imperial mostra que nenhum poder se sustenta apenas pela força militar. Todos os impérios, de Dario I aos Estados Unidos, dependeram de acordos locais, de elites dispostas a colaborar em troca de privilégios e reconhecimento. Foi assim que os persas organizaram os sátrapas, delegando à nobreza local a tarefa de administrar territórios vastíssimos. Roma aprimorou esse modelo, permitindo que as aristocracias provinciais mantivessem seus cultos, seus costumes e até certo grau de autonomia, desde que servissem à máquina fiscal e militar da metrópole. O segredo da pax romana não estava apenas nas legiões, mas na aceitação, pelos dominados, de que a fidelidade a Roma lhes trazia benefícios.

Esse padrão se repetiria séculos depois. O Império Otomano, ao longo de cinco séculos, prosperou pela habilidade de negociar com chefes locais. O colonialismo ibérico no Atlântico, sob a proteção da Igreja Católica, instituiu um colaboracionismo baseado na fé: catequizar os ameríndios era ao mesmo tempo espiritualizar e subjugar. Já a expansão inglesa, fruto da aliança dinástica que levou Catarina de Portugal a oferecer Bombaim como dote, inaugurou outro ciclo. Na Índia, os britânicos só puderam consolidar seu poder porque contaram com os marajás e seus exércitos, sem os quais jamais teriam contingente suficiente para controlar o subcontinente. Essa........

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