Colaboracionismo e Dominação III
A experiência brasileira mostrou que o poder externo só se sustentava graças a redes locais de colaboração. Esse padrão se repete em diferentes impérios: a dominação nunca se estabelece apenas pela força, mas pela capacidade de construir alianças estratégicas com elites locais que detêm poder político, militar e econômico.
Na Índia, o controle britânico não começou por um interesse colonial direto, mas por circunstâncias dinásticas: Catarina de Portugal casou-se com o rei da Inglaterra, levando Bombaim como dote. A partir dessa concessão política, os britânicos precisaram converter a posse em domínio efetivo sobre um território complexo. Para isso, estabeleceram alianças com marajás e seus exércitos, que detinham autoridade sobre vastas regiões, controlavam tributos e comércio interno e comandavam forças militares próprias. A colaboração desses marajás era indispensável; sem ela, os britânicos não teriam capacidade de manter segurança, arrecadação e administração. Produtos estratégicos como o índigo blue e o chá tornaram-se........
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