Carbono Oculto e a urgência de nossa soberania digital
Com a deflagração pela PF da operação Carbono Oculto, ficou ainda mais evidente que o Estado brasileiro precisa dispor de suas próprias plataformas e redes de comunicação digital, de modo a poder exercer nossa soberania nacional como corresponde a um país verdadeiramente independente.
As ações dos órgãos federais de inteligência na citada operação revelaram uma realidade ainda mais pavorosa do que aquilo que passava pela cabeça dos analistas mais realistas. O que veio à luz foi um medonho esquema envolvendo a “fina flor” de nossas elites financeiras, as principais organizações criminosas do país, vários políticos bolsonaristas e, sem nenhum espasmo, os grandes grupos multinacionais que hegemonizam a comunicação digital em quase todo o mundo, as chamadas Big Techs.
O que agora já está claro para todos é que o crime organizado penetrou profundamente em atividades de muita relevância para o funcionamento de nossa economia. Tanto assim que, por exemplo, a distribuição de combustíveis no Brasil inteiro passou a ser hegemonizada pelo principal grupo delitivo em atuação no país. Também já não nos resta dúvidas de que boa parte de nossa “elite” financeira age em completa sintonia com as agrupações criminosas. Além disso, o apoio político solidário do bolsonarismo é fundamental para viabilizar o andamento deste esquema criminoso. Mas, é importante ressaltar, este conluio de malfeitores não teria condições de se sustentar sem a presença ativa de outro fator: o absoluto predomínio das Big Techs gringas no campo da comunicação.
No entanto, dentre os vários agentes acima mencionados, muito provavelmente, aquele que desempenha o papel mais decisivo e, consequentemente, mais nefasto é o encampado pelos megaconglomerados que controlam as redes digitais. É que são eles que interligam, coordenam e tornam possível a........
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