menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

O impacto da viagem de Lula à Argentina

6 0
sunday

A chegada do presidente Lula à Argentina foi um raio de sol e calor em todos os sentidos. Descongelou o frio abismal provocado pelo câmbio climático, por um lado. E, pela outra porta, reaqueceu o funcionamento do Mercosul, entrando como novo presidente pró-tempore por seis meses, enquanto Milei fecha a cara, renegando a importância coordenadora do mesmo organismo.

A nova função do Brasil no Mercosul, tendo agora a presidência do BRICS, além de ser membro ativo da CELAC e da Unasul, pode ativar o processo de integração regional sul-americana dentro do chamado mundo multipolar, que freia a hegemonia norte-americana. Na contramão de uma Argentina atual que se afasta do BRICS e se alinha com acordos comerciais bilaterais dolarizados com os EUA e o FMI, o governo Lula impulsiona a centralização do Mercosul, onde os países-membros usem suas moedas locais nas transações bilaterais para redução de custos. Lula fala em afirmar os direitos humanos e sindicais da cidadania, por meio da Cúpula Social e Sindical do Mercosul, da integração de pequenas e médias empresas e da soberania digital da região. E propõe que o grupo volte os olhos para a Ásia, após os acordos comerciais com a Europa. O reforço dos organismos multilaterais é também um instrumento de soberania do chamado Sul Global perante a guerra tarifária promovida pelos EUA.

A visita de Lula a Cristina Kirchner, no seu domicílio-prisão, na rua São José, 1111, que passou a ser passagem popular histórica, foi o ato político mais esperado, indutor de efeitos mais imediatos na reação interna contra o desastre econômico, social e político em que está submersa a Argentina. “Miséria planificada e terrorismo de Estado de baixa intensidade” foi o que caracterizou Cristina em sua mensagem depois do encontro.

Foi um abraço de solidariedade à ex-presidenta, vítima dos mesmos promotores internacionais do lawfare, que o levaram aos 580 dias de prisão, impedindo sua candidatura presidencial naquele então. Foi um abraço que transparece o profundo sentimento de força para Cristina e de certeza de que, mesmo dadas as diferenças dos tempos e das características das possíveis crises das forças políticas e judiciais (STF e Corte Suprema argentina) de cada país, a justiça verdadeira vencerá.

Foi um abraço de Lula ao povo argentino que,........

© Brasil 247