Se for bom é mérito da Câmara de Silves, se for mau a culpa é de Lisboa
O recente artigo do executivo da Câmara Municipal de Silves no jornal barlavento, publicado em tom de resposta e justificação, merece uma reflexão crítica e ponderada. É saudável que o debate público exista, e é natural que um executivo queira realçar o que considera serem os seus sucessos.
Mas o que se lê no texto do executivo não é apenas um balanço político: é, sobretudo, uma tentativa de construir uma narrativa onde o que corre bem é sempre mérito exclusivo da Câmara, enquanto o que corre mal é culpa do governo central, de fatores externos, da conjuntura ou, em última análise, de tudo menos da responsabilidade própria.
Este padrão discursivo não é novo, mas torna-se particularmente problemático quando se transforma em método de governação. Em Silves, criou-se uma espécie de dualidade política:
Ora, governar um concelho implica assumir responsabilidades — tanto pelos sucessos como pelos fracassos. E é aqui que o discurso do executivo falha: ao selecionar cuidadosamente os factos, ao silenciar os apoios estruturais da União Europeia, ao omitir os limites da sua própria ação, cria-se uma imagem incompleta e até enganadora da realidade.
Um dos aspetos mais relevantes neste discurso é a quase total omissão da União Europeia. Boa parte das obras que hoje se apresentam como «conquistas» do executivo resultam diretamente de financiamento europeu, através dos programas operacionais regionais, do PRR ou de outros instrumentos semelhantes. Estas obras não surgem apenas por mérito político local.
São enquadradas em políticas nacionais e europeias, sujeitas a candidaturas competitivas, avaliadas por critérios técnicos e aprovadas em função da sua relevância........





















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