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Do silêncio de Lage ao ruído de Mourinho

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O futebol tem destas ironias. Num dia, o treinador atravessa o relvado com o desânimo estampado no rosto, o silêncio a pesar mais do que as derrotas. No outro, o mesmo banco é ocupado por uma das vozes mais estrondosas da história do jogo.

O Benfica despediu-se de Bruno Lage e recebeu José Mourinho com a pompa de quem abre as portas a um imperador. Entre o adeus e o regresso, a distância não se mede em dias, mas em símbolos.

Bruno Lage saiu com poucas palavras, mesmo quando tudo à sua volta era ruído. A derrota com o Qarabag foi apenas a gota que fez transbordar um copo já cheio de desconfiança. Do lado dele ficou um agradecimento ao Benfica. Do lado de alguns comentadores, palavras amargas: acusações de falta de lealdade e insinuações sobre bastidores pouco claros. Nem Bruno Lage nem Rui Costa mereciam tais ataques de caráter.

Rui Costa apostou em Lage com uma lealdade que poucos teriam. Se tivesse pensado apenas em si e nas eleições que se aproximam, teria sido fácil despedir o treinador no final da época passada, colocando-lhe às costas toda a responsabilidade do insucesso. Não o fez. E só alguém de má-fé, mal ou muito pouco informado, pode insinuar que Rui Costa teve gosto na saída de Lage.

Esta saída deveu-se apenas aos maus resultados e à falta de empatia de Lage com os........

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