O inferno de Gaza
É de engolir em seco. Tudo aquilo que nos chega da Faixa de Gaza deixa-me pouco espaço para escrever sobre outra coisa. As imagens são insuportáveis, mas os relatos obrigam a que não os esqueçamos. Na entrevista que deu, as afirmações do embaixador israelita em Portugal a negar aquilo que referem todas as organizações no terreno e mais entidades credíveis fora dele sobre a fome que se vive não se tornam apenas um atentado ao mínimo da decência. São grotescas quando se sabe que mais de 18 000 crianças já morreram ali e estas palavras do embaixador deveriam, no mínimo, merecer reprimenda ou, no máximo, ordem de partida.
Longe vai ou está esse Portugal. Essa Europa. Sem voz nem memória histórica num mundo “gerido hoje por psicopatas desta maneira” como tão bem disse Lídia Jorge numa entrevista de enorme lucidez e até luminosidade na edição anterior desta........
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