Assistimos ontem a um lamentável exercício de soberba antidemocrática de um primeiro-ministro que em causa própria revelou os detalhes da “prenda de Natal” já antecipadamente prometida pelo Procurador-Geral da República por si nomeado há cerca de um ano atrás.

Depois de arrastar o País para umas eleições antecipadas desnecessárias, só para se furtar ao escrutínio parlamentar de uma Comissão de Inquérito, teve o privilégio de beneficiar de um uso impróprio e abusivo da figura da “averiguação preventiva”, destinada a ações preventivas em matéria de corrupção e de criminalidade económico-financeira, nos termos da Lei nº36/94, de 29 de setembro, evitando assim a abertura de um inquérito criminal destinado ao apuramento de eventuais factos com relevância criminal.

É espantosa a vitimização em causa própria e a abundante revelação de detalhes sobre as diligências realizadas pelo Ministério Público, chegando ao ponto de considerar ter-se tratado de um verdadeiro inquérito........

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