Escolha social
Pesquisador do BTG Pactual e do FGV IBRE e doutor em economia
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A escolha social ocorre no Brasil por meio de dois processos distintos. Ambos desaguam no orçamento.
Em sociedades extremamente desiguais, o cidadão que está no meio da distribuição de renda, isto é, em relação ao qual metade da população é mais rica e metade é mais pobre, também conhecido por eleitor mediano, é relativamente pobre.
Dito de outra forma, a renda mediana é bem menor do que a renda média. Há muitos ricos, o que eleva a renda média.
Os ricos votam por maior crescimento. Crescer mais é a única forma de melhorarem ainda mais. Os pobres votam por maiores transferências. Por estarem descolados da economia formal e por serem pouco produtivos, são pouco afetados pelo crescimento econômico. Se a sociedade é muito desigual e a democracia for funcional, haverá natural pressão por aumento da carga tributária e transferências aos mais pobres.
É isso que temos feito desde a redemocratização.
O segundo processo de escolha social é o poder em democracias dos grupos organizados de pressão. Pequenos grupos organizados –sejam aposentados, grupos empresariais, corporações profissionais, do setor público e privado, entre tantos outros– conseguem colocar na lei favorecimentos para si à revelia do interesse coletivo.
Recentemente vimos a derrubada de alguns dos vetos do presidente Lula à lei das eólicas offshore.
Grupos organizados conseguiram aprovar na legislação a contratação de........
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