Cristina falou
Na semana passada, Cristina Kirchner divulgou o texto "Argentina em sua terceira crise de endividamento". Dizem que a perda de sua liderança e seu crepúsculo motivaram a divulgação de suas ideias econômicas. Não tenho a menor capacidade de avaliá-la politicamente.
No entanto, é útil repassar a sua leitura da história econômica argentina desde a redemocratização. O diagnóstico é bem melhor do que pensava.
Para Cristina, o desastre argentino após a redemocratização é fruto da estratégia de endividamento externo perseguida pelos governos neoliberais, seja na versão peronista de Menem, seja com Macri, seja, agora, possivelmente, com a dolarização de Milei. Esta última seria a terceira crise de dívida externa anunciada no título do texto.
Os historiadores econômicos consideram a Argentina o mais perfeito exemplo de país caloteiro em série. Desde a independência, foram nove calotes na dívida soberana.
Cristina, invertendo a ordem, chama Luis Caputo, atual ministro da Fazenda de Milei e ex-presidente do banco central de Macri, de "endividador serial". Os calotes em série seriam consequência do endividamento em série promovido pelo neoliberalismo.
Impossível discordar da ênfase de Cristina no equilíbrio externo. Como dizia Mário Henrique Simonsen, "a inflação aleija, o........
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