Grande lição de 'Round 6' é não subestimar o público e desafiar o algoritmo
Nos meus tempos de repórter numa grande editora, eu costumava acompanhar reuniões com leitores da revista em que trabalhava. Naquela roda de conversa, um grupo formado por dezenas de assinantes discutia matérias que haviam sido publicadas, apontava quais assuntos queriam que fossem abordados, mas, quando questionadas sobre de quais reportagens mais gostaram, frequentemente, essas pessoas citavam textos que diferiam totalmente dos temas que elas tinham afirmado que eram do seu interesse. A conclusão após essas reuniões de leitores, na imensa maioria das vezes, era a mesma: o público deseja consumir o que ele ainda não tem consciência que quer.
Trabalhando com audiovisual há mais de dez anos, tenho a certeza que essa lógica também se aplica à produção de filmes e séries. Por mais que o algoritmo das plataformas consiga analisar os dados de consumo dos........
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