Alex Flemming, que já desenhou mapas sobre corpos, põe corpo no mapa
Silas Martí é jornalista e crítico de arte. Editor de Ilustrada, foi correspondente em Nova York e escreve sobre arte, arquitetura e design
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Ele é um conhecido de longa data dos paulistanos, em especial por causa dos retratos que fez hoje estampados nas vidraças da estação Sumaré do metrô e na fachada da Biblioteca Mário de Andrade, mas Alex Flemming quer ficar ainda mais perto.
O artista radicado há mais de três décadas em Berlim, mas que nunca deixou de manter um apartamento-ateliê nos arredores da avenida Paulista, anuncia que em breve vai se mudar de volta a São Paulo, o centro nevrálgico do Brasil, mas não sem antes registrar suas andanças por todo o país. Seu relato —literal— do Oiapoque ao Chuí, passando por Canudos, cruzando o cerrado, desbravando o sertão baiano, os miolos de Minas Gerais até chegar à fronteira com o Uruguai, vai sair em livro.
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É uma obra escrita, ele conta, sem nenhuma imagem, só suas palavras de estupefação, deslumbramento e alguma indignação diante de paisagens e situações que descortinam o olhar de um estrangeiro na própria casa, um reencontro lancinante com a pátria deixada para trás que agora tanto encanta quanto causa repulsa. "Não queria morrer no Brasil, ainda quero viver no Brasil, e agora nos meus 70 anos, se eu não voltasse agora, voltaria para morrer", ele conta, numa noite fria do inverno paulistano.
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Flemming, um grande retratista, nunca deixou de tratar da errância em suas obras. Já fez instalações cheias de maletas de viagem e, numa de suas séries de trabalhos mais célebres, estampou mapas de lugares em guerra, territórios conflagrados, sobre o corpo esculpido em academias de........
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