Com julgamento, mundo transforma Brasil em campo de testes da democracia
Na estrada que liga Minas Gerais ao Distrito Federal, motociclistas exibiam neste fim de semana de forma orgulhosa a palavra "patriotas". O destino era a capital federal, com o objetivo de mostrar apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O julgamento que começa nesta terça-feira atrai não apenas a atenção da base mais radical do bolsonarismo. No mundo, entidades internacionais, governos democratas e líderes da extrema direita acompanharão de perto o processo no STF (Supremo Tribunal Federal).
O Brasil, para eles, testa as instituições do país e sua credibilidade como democracia. Mas também serve de campo de provas para entender como ocorrerá a disputa entre forças autoritárias e um modelo baseado no estado de direito.
No governo brasileiro, de fato, uma ala do Executivo articulou uma tentativa de criar uma contra-ofensiva para tentar desfazer a narrativa que bolsonaristas têm insistido no exterior sobre a existência de uma suposta "ditadura" no país.
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O esforço indica, segundo fontes em Brasília, a dimensão internacional do julgamento que começa nesta semana. A operação, por enquanto, ainda não foi implementada.
Membros da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) revelaram ao UOL ainda a proposta que surgiu dentro da instituição para que um perfil psicológico de Trump fosse desenhado para auxiliar membros do governo Lula a agir.
"O que está em jogo é muito mais que o destino de um ex-presidente", afirmou um alto funcionário da diplomacia europeia, em condição de anonimato. O que capitais como Berlim, Madri ou Paris querem saber é como, num dos epicentros da extrema direita no mundo, as leis vão lidar com uma tentativa de golpe de estado, inclusive com a ajuda de desinformação.
Se a comunidade internacional e acadêmicos já chegaram a um consenso sobre como morrem as democracias, o que está em teste no Brasil é como elas sobrevivem.
"É um julgamento com repercussões nacionais e internacionais", avalia Fabio de Sá e........
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