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Peso geopolítico da Igreja Católica seguiu em baixa com Francisco

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Repórter especial, cobriu a morte de João Paulo 2º e o conclave que elegeu Bento 16

Maior instituição espiritual do planeta, com dois milênios de história e 1,3 bilhão de aderentes, a Igreja Católica sempre exerceu grande influência geopolítica.

Papas foram grandes líderes militares, comandaram extensos territórios e ditaram o rumo de nações, ordenaram cruzadas, herdando a estrutura do Império Romano. Mesmo após a Reforma e o Iluminismo, mantiveram poder político em países de maioria católica.

O século 20 e seu choque de realidade, com duas guerras mundiais, mudou isso de vez, mas não completamente. O ditador Josef Stálin (1878-1953) ficou famoso ao questionar quantas divisões tinha o papa, mas em 2025 sua União Soviética é defunta há 34 anos.

Além disso, os papados, mesmo modernos, nunca estiveram dissociados do Zeitgeist, o espírito do seu tempo.

Isso dito, foi o polonês Karol Wojtyla (1920-2005) o último grande pontífice do ponto de vista político. Reinando como João Paulo 2º por longos 27 anos, ele encarnou a resistência do seu Leste Europeu à dominação soviética.

Visitou países comunistas e manteve ativa interlocução com os movimentos que ajudaram derrubar a corroída Cortina de Ferro, que eventualmente levaram junto o império de Moscou em 1991. Tornou-se um popstar global por cortesia do espraiamento da cobertura de TV e criou ritualística própria, como o beijo no solo dos países que visitava.

Mais

Mas seus feitos se concentraram na primeira metade do seu papado. Depois, o hoje santo João Paulo 2º foi mais associado à sua agonia pública devido à saúde debilitada, que virou uma metáfora da decadência política de uma Igreja acossada por escândalos financeiros e de........

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