Pós-moderno geralmente é bom
Economista, é professora emérita de economia e história na Universidade de Illinois, em Chicago
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Desde a década de 1980, sou "pós-moderna". A palavra veio, estranhamente, da arquitetura, ao descrever arquitetos revoltados contra os edifícios terrivelmente entediantes do "modernismo" —o "estilo internacional" de Walter Gropius e Ludwig Mies van der Rohe. Os modernistas construíam edifícios por fórmulas, como telhados planos paredes de vidro estruturas aparentes nenhum enfeite em lugar nenhum. Você pode ver os resultados do modernismo em Brasília, e do modernismo malfeito e até do pós-modernismo no centro de São Paulo. (Aliás, a cidade tem a pior arquitetura urbana que já vi. Desculpe. Espero que minha opinião não desperte os juízes anti-liberdade de expressão do Brasil.)
Um tipo de modernismo é antigo. Qualquer tentativa de levar vidas artísticas, intelectuais ou políticas com fórmulas cinzentas é modernista. Os esquemas de Platão para governar a sociedade de cima para baixo, por meio de regras que excluíam os poetas, por exemplo, eram modernistas. Os homens durões do século 17 na Europa, como Bacon, Descartes, Hobbes e Spinoza, eram modernistas, inspirados pela geometria de Euclides para reduzir a epistemologia a axiomas, em oposição a pós-modernistas como Montaigne e Shakespeare. Mais tarde, Kant e Bentham foram modernistas, enquanto Hume e Smith foram pós-modernistas. O filósofo Ludwig Wittgenstein (1889-1951) foi um grande modernista na juventude, mas mudou de ideia na velhice. Os filósofos hoje falam de suas duas versões como "Marcos I" e "Marcos........
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