Desigualdade se combate na sala de aula, não com IOF
Economista pela UFPE e especialista em gestão pública no Insper. Estudou economia comportamental na Warwick University (Reino Unido) e é associada do Livres
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O governo tentou manter o aumento do IOF vendendo a ideia de que isso combateria a desigualdade. Em vídeos, slogans e artes nas redes, associou a medida à taxação de "bilionários, bancos e bets", criando a ilusão de um ajuste que atinge apenas os de cima. A reação do Congresso, que derrubou o decreto com pressa incomum, sinalizou o óbvio: a medida é politicamente barulhenta com baixo impacto econômico na estrutura dos gastos públicos.
Diante disso, se o objetivo é reduzir desigualdades, por que não investir no que tem poder transformador? Por que seguimos priorizando gestos simbólicos em vez de políticas com potencial real de alterar trajetórias?
O Brasil investe cerca de 6% do PIB em educação pública, mais do que muitos países da OCDE. Mas ocupa uma das últimas posições nas avaliações internacionais de aprendizado. No Pisa 2022, entre 80 países avaliados, ficamos em 65º lugar em leitura, 66º em matemática e 52º em ciências. Aos quinze anos, boa parte dos estudantes brasileiros não compreende o que lê nem resolve operações matemáticas elementares. O contraste entre volume de gasto e resultados concretos se tornou rotina.
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