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Como as relações podem sobreviver às distâncias (e ao junto) na modernidade

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02.07.2025

Muitos casais se relacionam à distância. Às vezes, em países ou estados diferentes. Às vezes, com encontros esporádicos mesmo morando na mesma cidade. Às vezes, com afastamentos sistemáticos e repetitivos.

Isso pode ter efeitos positivos, como uma percepção mais clara da saudade e da falta do outro e a valorização dos momentos compartilhados.

Mas o mais comum é que inseguranças, cobranças, carência e ciúmes aflorem. Sentimentos de injustiça e abandono, conversas sobre ausências e desencontros e formas de controle, com exigência de localização em tempo real ou 'prestação de contas' sobre rotinas, podem predominar.

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O principal efeito da perda substancial em uma vida partilhada, com um cotidiano comum, é o declínio da intimidade e a dispersão de projetos comuns.

Descobrir que é possível viver sem o outro é um ganho em autonomia e independência, mas coloca de forma mais aguda quais os motivos para estar junto.

Há pequenos paliativos que podem amenizar os desafios dessa situação:

De forma prática, faça combinados para manter a cumplicidade e a presença na vida do outro:

Aquele que se torna ausente ou menos disponível tende, muitas vezes, a adquirir um certo "bônus posicional".

Quando a saída não é interpretada como tradição ou desamor, mas como uma aposta do casal, surge uma situação parecida à vivida por muitas mães com bebês: o pai chega após uma rotina de guerra e paz, com as quedas de braço e os tormentos de educar um filho, e recebe, sem esforço aparente, os louros e as doçuras de quem é percebido como "mercadoria escassa", portanto mais valiosa.

Essa valorização do ausente pode, com o tempo, despertar ciúme, ressentimento e sensação de desvalorização.

Especialmente no início, parece que quem sai para viver novas experiências enfrenta desafios diferentes e tem acesso a "paisagens" inéditas, o que pode gerar um duplo sentimento de injustiça em quem permanece: sobrecarga de responsabilidades e a falta de reconhecimento.

No caso dos filhos, é fundamental incluí-los, na medida do possível, no projeto "mamãe (ou papai) vai, mas volta ainda melhor". É essencial falar sempre com quem vai, fazer pequenos diários (que não sejam súmulas jurídicas), conversar sobre a ausência e a saudade.

Por outro lado, muitos........

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