Viver é gostoso demais para você alimentar essa fama de ruim de boca
"Isto aqui, pendurado na sua parede. É um bacalhau?". Arrã. "Mas...". E antes da resposta óbvia, sobre ser uma faiança decorativa típica de Portugal, ofereço o motivo sincero de bandeja. "Trata-se de um troféu. Nem de caça nem de pesca: de boca. Eu venci o bacalhau."
Anos a fio, fui humilhada pela iguaria mais famosa da Noruega, do Alasca, das refeições de Natal e de Páscoa. Nas mesas de boteco, a mesma ladainha. "Não é possível. Não come nem o bolinho???".
Até que decidi: chega, me dá um pedaço. Ser subjugada por um peixe sem cabeça é coisa de quem tem miolo mole. Aliás, miolo: amo. Fígado. Língua. Geleia de mocotó. Hmmm. Mas nem sempre foi assim.
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A "foodie" que me habita era tão chata para comer quanto o garoto que pedia brócolis à mãe no comercial de TV. Tanto que fui o terror das tias da merenda. A frustração das avós com espírito de........
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