O ferro, o fogo e as versões
Antes que o ferro de solda deixasse marcas na tornozeleira, as versões já começavam a derreter — e é justamente aí que o velho mito do fogo reaparece para nos orientar.
O de Prometeu, por exemplo: rouba o fogo dos deuses, entrega aos homens e termina acorrentado por achar que podia enfrentar o Olimpo como quem desafia um fusível. O mito sobrevive porque revela algo essencial: quem tenta manipular o poder pelas beiradas, mais cedo ou mais tarde, acaba queimado pelo próprio fogo.
Pois eis que, no Brasil de 2025, surge um Prometeu às avessas — aquele que não rouba o fogo para libertar, mas tenta usá-lo para escapar. E nem precisa de abutre: basta um ferro de solda e uma tornozeleira eletrônica.
Nas últimas 48 horas, Jair Bolsonaro apresentou ao país três versões completamente distintas para explicar como o dispositivo judicial que monitorava sua movimentação apareceu chamuscado, derretido e com sinais inequívocos de violação, como confirmam relatórios da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal já enviados ao STF. A velocidade com que essas narrativas brotaram........





















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