Uma crise fabricada
Lula será candidato forte à reeleição em 2026. E seus indicados terão maioria folgada no Banco Central de janeiro de 2025 em diante. Os adversários estão inquietos e fabricam crises.
O que provocou a turbulência no mercado financeiro e na mídia nas semanas recentes? Criou-se uma sensação de “crise”. Os desavisados devem ter pensado que estávamos ou estamos à beira de um abismo. A onda especulativa já arrefeceu, mas vale a pena discutir o que a desencadeou.
Afinal, houve motivos para tal nervosismo nos mercados cambial e financeiro, em especial para a alta do dólar? Creio que sim. Não foram, porém, primordialmente econômicos – e sim políticos. Os resultados econômicos e sociais do governo Lula estão entre bons e razoáveis. Veja-se, por exemplo, o crescimento do PIB, a inflação, o mercado de trabalho, os indicadores de pobreza, o balanço de pagamentos. Quanto ao propalado “risco fiscal”, as informações disponíveis não sugerem de forma alguma que o Brasil venha caminhando para um colapso das contas governamentais. Aliás, as expectativas de mercado em relação ao déficit público (primário e total), assim como em relação aos demais indicadores macroeconômicos, praticamente não se mexeram no passado recente.
Menciono dois fatores de ordem principalmente política que ajudam a entender a instabilidade recente no sistema financeiro. E que nos autorizam a dizer, acredito, que a “crise” foi em larga medida fabricada.
As eleições de 2026
Primeiro fator: nos últimos meses, ficou evidente que Lula pretende disputar e será um candidato forte à reeleição em 2026. A tradicional direita neoliberal, que controla o sistema financeiro e a mídia, não vê isso com bons olhos, para dizer o mínimo.
Vou ser mais claro. Não vamos nos iludir. Boa parte dessa direita – que tem a cara-de-pau de se apresentar como “centro” – nutre ódio a Lula e à centro-esquerda. Senão ódio, desprezo. Senão........
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