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Chame o síndico

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30.05.2024

Edna e Toninho. Uma não ia com a cara do outro e vice-versa.

Ela, síndica, sem filhos, com mais de 50, funcionária pública. Ele, pré-adolescente, levado, ardiloso.

A chuva forte daquela quarta-feira piorou o que já não ia bem. Em Vila Isabel, na zona norte carioca, as obras para conter enchentes produziram pequenas montanhas de terra, que com o temporal viraram pântano denso e fedorento. O menino Toninho e sua turma começaram uma guerra de lama. Era assim nos anos 1970, brincava-se descalço na rua com sol ou trovoada.

Vizinho à barrenta batalha está o edifício Silmara, onde a síndica, o menino e o grupo de bagunceiros moram. Altíssimo em seus quatro andares, o prédio se destaca na rua sossegada de casas e vilas.

A síndica Edna é puro orgulho e vaidade porque acaba de terminar a obra na portaria. Depois de sofrido rateio entre os 67 apartamentos está tudo pronto. Pintura, sofás, tapete, espelho novo, “um brinco”, ela repete em infinitas vistorias. Ao ver a farra da garotada, Edna entra em pânico. “Esses demônios vão emporcalhar a portaria e as paredes do prédio.”

A síndica vai ao apartamento da família do........

© Revista Fórum


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