Afilhados por atacado, língua portuguesa só para imigrantes e as epifanias eleitorais junto à banca do peixe
Inexcedível Serafim das Neves
Vi as primícias da campanha eleitoral para as autárquicas de 12 de Outubro, no mercado municipal, junto às bancas das hortaliças. Nabiças viçosas, cabeças nabo, abóboras, tomates, belas cenouras e brócolos, no meio de bandeiras a ondular, que me despentearam as farripas da franja.
Estenderam-se um papel que imaginei ser o Borda d’Água ou o Semeador. Era sobre sementeiras e colheitas, mas de votos, não de couves. E lá foram eles, sorridentes, a darem sacos para as compras a quem parava de comprar, para os ir cumprimentar.
A fé dos candidatos, no poder persuasivo dos calendários, esferográficas e outros brindes, é comovente. Emociono-me sempre. Só não choramingo porque não quero parecer mariquinhas, neste tempo de machos........
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