O antifascismo também pode ser terrorismo
No debate público contemporâneo, os média do sistema difundem diariamente a ideia de que apenas a esquerda encarna a noção de bem, apresentando-a como guardiã natural da democracia. O seu opositor é quase sempre reduzido, de forma simplista, à categoria de extrema-direita. Esta polarização empobrece o horizonte político e inviabiliza a possibilidade de uma verdadeira pluralidade de visões. À esquerda associam-se automaticamente os ideais de liberdade, justiça e democracia; já a direita é representada como presença obscura, sinistra ou perigosa.
O conceito de antifascismo surge, de igual modo, monopolizado pela esquerda, mesmo quando esta pouco conserva da sua matriz histórica genuína. Mais do que isso, o antifascismo é tratado como sinónimo imediato de justiça, ocultando que a história conheceu também um antifascismo perverso, instrumentalizado para fins de violência e intimidação. Em nome dele praticaram-se atos de repressão, terrorismo e perseguição política, não raramente comparáveis em brutalidade a outros movimentos extremistas. Reconhecer esta ambivalência não significa negar o valor da luta contra o fascismo autêntico, mas recusar a sacralização de um conceito que, usado sem discernimento, se transforma em arma ideológica e em justificação do arbítrio.
Os movimentos extremistas de direita, por antidemocráticos, devem ser repudiados e ilegalizados. Contudo, quando........
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