O Matuto, um dia frio, e um bom lugar para ler um livro
O Matuto não embarca em urgências climáticas. ‘Urgências’, é nos hospitais, e, olha lá! Mas, adiante! Aqui, no Brasil, país que tão generosamente acolheu o Matuto no seu seio, o Inverno instalou-se de armas e bagagens. O mês de Agosto é tempo de vento – diz Dona Sirlei, a gentil esposa do Matuto. O certo é que há uma ventania histérica que agarra os prédios pelas orelhas e sacode, sem dó nem piedade, portas e janelas. A piscina na “Casa das Pontes” fica malcomportada e enche-se de galhinhos e pétalas e folhagens e cinzas das queimadas de cana. Fica hostil. Uma inimiga!
Dona Sirlei, gentil esposa do Matuto, diz: “adoro este friozinho. Faz lembrar a Europa”. Todavia, na sua memória afectiva o Matuto revive cenas da vida Inglesa, em que a cidade assumia um ar egoísta, apressado e ao mesmo tempo brutal e cruel. Uma algozaria! Quando era Matutinho, atravancado de luvas, botas, gorro, capote, cachecol, o Matuto atravessava as ruas do Luxemburgo, onde a neve se transformara em lama feroz, com o vento gélido esbofeteando as faces. Recordações frias!
Neste dia frio, o Matuto........
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