menu_open Columnists
We use cookies to provide some features and experiences in QOSHE

More information  .  Close

O Matuto e o Luis Fernando Veríssimo*

9 0
03.09.2025

O Matuto está abatido. Na “Casa das Pontes”, o ar está pesado. O falecimento de Luis Fernando Veríssimo, a todos prostrou. Até o Óscar, a lagartixa das ‘Pontes’, anda meio cabisbaixo. A malta reunida na “Casa das Pontes”, só fala no passamento do chorado. A Belinha – a visita conservadora das ‘Pontes’ – diz que admirava o seu fino humor. O Marcello – a visita reaccionária – fala do seu talento como saxofonista: “o Veríssimo teve uma banda de Jazz. Segundo ele, era a sexteto mais pequeno do mundo porque só tinha cinco elementos”. “Típico”, exclamou o Sr. Rocha – a visita letrada das ‘Pontes’ – “eu gosto quando ele afirma que o casamento é encontrar aquela pessoa especial que você quer irritar para o resto da vida”. O Matuto, sorrindo, deu mais um gole no cálice de Porto Ferreira branco, lançando um olhar cúmplice à estante onde repousa o livro de crónicas culinárias, “A Mesa Voadora”.

Neste ambiente anuviado, a Belinha sai-se com uma história mirabolante: “Dizem que é verdade o que vou contar. O Veríssimo conheceu um escritor que sendo já velho e farto de dias, recolheu-se debelitado a um apartamento de águas furtadas, na zona da Lapa, no Rio de Janeiro. Esperando que a tuberculose se esquecesse dele, por lá definhava, arrumando-se para morrer com decência. Pouco comia, e muito tossia. Vez por outra, um companheiro de antigas farras aparecia. Davam umas risadas, bebiam um licorzinho… Mas quem lhe valia mesmo, era o Sr.........

© Jornal SOL