O Matuto e a Mesa de Cabeceira
O Matuto vai contar um segredo.
Aqui, no Brasil, país que tão generosamente acolheu o Matuto no seu seio, mesa de cabeceira é “criado mudo”. Isso mesmo: criado mudo! Os ingleses dizem de forma inócua bedside table; os franceses têm a table de chevet; os espanhóis ficam-se pelo óbvio mesita de noche e os italianos pelo castiço comodino. Os brasileiros inventaram o colorido “criado mudo”.
As origens do termo são controversas, e se quem lê as aventuras do Matuto afina pelo diapasão do politicamente correcto, então é melhor desembarcar desta crónica. (Pode educar-se vendo o desempenho formidável da American Eagle depois da Sydney Sweeney vestir tão bem as suas jeans.) Dizem as más línguas que a expressão “criado mudo” vem dos tempos coloniais, onde um escravo ficava de serviço nocturno ao lado da cama dos seus amos. A função desse criado seria dar a vela, um copo de água, o urinol (vulgo penico), conforme a necessidade do momento. Ora, todos esses utensílios passaram a guardar-se na mesinha do lado da cama — e essa mesinha passou a ser o “criado mudo”.
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