Do alto das guaritas viam passar o tempo das raparigas em flor…
A musiquinha do Dorival Caymmi é velha como a noite dos trovões: «Você já foi à Bahia, nêga?/Não?/Então vá!». A II Grande Guerra tinha começado há pouco e a malta ainda se lembrava à brava da primeira. Siga! Você já foi a Ruhleben? Eu já. Mas se não foi não perdeu grande coisa. Dei por mim no sítio, por acaso, ao apanhar uma carruagem U2, da U-Bahn, a linha metropolitana de Berlim. E foi só. Depois informei-me. Tinha estado entre os bairros de Charlottenburg-Wilmersdorf (peço perdão pelo palavrão) e de Spandau. Obviamente Spandau recordou-me a prisão onde o apatetado Rudolf Hess ficou encerrado até ao fim da sua vida que marcou igualmente o fim da vida do estaminé. E daqueles rapazolas penteadinhos mais ou menos da minha idade que cantavam – «And now I know what they’re saying/‘Cause our sun begins to fade/And we made our love on wasteland/And through the barricades», não sei se estão a ver. Se não estiverem esqueçam porque eu vou falar através das barricadas, mas através das barricadas impostas no dia 28 de junho de 1914, o dia em que........
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