As próximas eleições presidenciais marcarão um ponto de inflexão num sistema político que, durante cinco décadas, sustentou a democracia portuguesa. Independentemente do resultado, este escrutínio funcionará como catalisador de uma reconfiguração do sistema partidário e da própria arquitetura de representação, acelerando a transição de um modelo assente na previsibilidade dos blocos tradicionais para um ecossistema político mais fragmentado e sujeito a recomposição constante.

Os partidos fundadores do regime vivem uma erosão do seu enraizamento social e da respetiva capacidade de mobilização. Com linguagem e estruturas datadas, revelam dificuldade em dialogar com as novas gerações urbanas, mais educadas e digitais, que não veem nas suas........

© Jornal SOL