É para ir embora?
Por estes dias tenho-me lembrado muito do saudoso mestre Diamantino Gonçalves, o fotógrafo que nos deixou cedo demais e que tinha um amor incomensurável por esta região, pelas suas gentes, pelas suas tradições, por estas serranias a perder de vista, por este verde que nos abraça(va). Pergunto-me, agora, o que o mestre estaria a pensar se tivesse de passar por mais uma provação de ver tudo o que amava até ao ínfimo pormenor a ser varrido pelos incêndios. Nesta memória de Diamantino Gonçalves vejo todos aqueles que, na hora em que se escrevem estas linhas, ainda tentam evitar perder num minuto o que custou uma vida a erguer. Não tardarão a chover diagnósticos e soluções até à náusea. Do que se fez e do que se poderia ter feito, que sejamos pacientes que a esperança renascerá das cinzas e outros chavões idiotas que ficam bem a decorar........
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