Ministro maroto travesso
Ministro maroto, travesso no jeito de julgar,
Faz do povo um brinquedo do Estado,
Querendo brincar, ministro.
Alcione dedicou um show a Alexandre de Moraes. A plateia reagiu aos berros de “sem anistia!”. E eu passei o dia cantando “ministro maroto travesso”, sem conseguir completar a paródia. Um pouco porque acordei azedo, outro tanto porque cantar “faz do povo um brinquedo do Estado/ querendo brincar, ministro” é, ao mesmo tempo, bater palma para artista decadente e insistir nessa bobagem de dar valor à opinião política de quem um dia soube, com razoável talento, expressar a brejeirice nacional entoando sambas e boleros.
Pelo menos eu acho que são sambas e boleros. Mas isso não vem ao caso. O importante é que, mais uma vez, vemos encenada essa farsa fajuta do artista tardiamente rebelde (uma rebeldia sem absolutamente nenhum risco) que faz um gesto político e é recebido pela direita com uma indignação que nada tem de nova: continua sendo estéril, impotente e escandalosa. Mais uma vez jogamos o jogo do........
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