Paulo Figueiredo: Tarcísio é opção do sistema e Bolsonaro é o presidente que o povo quer
Nesta entrevista exclusiva, o jornalista Paulo Figueiredo, que mora nos Estados Unidos, faz críticas ao sistema político e judiciário brasileiro, especialmente à atuação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), a quem chama de "imperador". O ex-comentarista da Jovem Pan e neto do general João Batista Figueiredo pode se tornar o primeiro réu julgado à revelia pela Suprema Corte no processo que apura a suposta tentativa de golpe. À coluna Entrelinhas, Figueiredo aponta incertezas sobre 2026 e defende que, sem o impeachment de Moraes, o país não terá um processo eleitoral democrático. Ele também comenta os bastidores das possíveis sanções internacionais contra autoridades brasileiras.
Entrelinhas: Como você tem visto o processo em que seu nome é citado no STF e os desdobramentos recentes envolvendo o Supremo Tribunal Federal?
Figueiredo: Isso não é um julgamento. Isso é uma farsa. Isso é um circo. É simplesmente a coisa mais velha do mundo desde os processos revolucionários no Ocidente: um tribunal de exceção. Por isso vocês veem casos excepcionais como a proibição da transmissão do julgamento pela imprensa. É uma farsa desde o início, desde o mérito.
Como na União Soviética, na Coreia do Norte, na Venezuela. Há julgamentos, mas são só para manter uma aparência de normalidade. A opinião pública não importa mais. O que importa é o controle total.
Entrelinhas: E qual seria o mérito dessa acusação, na sua visão?
Figueiredo: A teoria é de que o presidente Bolsonaro planejou um golpe de Estado se utilizando de medidas constitucionais como o Estado de Sítio, o Estado de Defesa. Ninguém mais em sã consciência pode dizer que o 8 de janeiro foi outra coisa senão uma manifestação popular que saiu de controle, provavelmente fomentada por grupos interessados em usar isso como instrumento de repressão.
O STF não busca apaziguar os ânimos ou convencer a opinião pública. O que eles buscam é a consolidação do poder. Com o julgamento do Marco Civil, querem controlar a internet — último bastião da direita. O objetivo é destruir o grupo político do presidente Bolsonaro e gerar o efeito........
© Gazeta do Povo
