Crise da BBC – um convite à autocrítica
A BBC de Londres está em crise. E não se trata de um problema menor. É uma turbulência que atinge um dos maiores símbolos da informação no mundo. O escândalo que provocou a queda do diretor-geral Tim Davie não pode ser reduzido a um simples deslize editorial ou a um erro de edição. A manipulação de uma fala do presidente Donald Trump, em um documentário, para fazê-la parecer um apelo direto à violência, expôs uma chaga que há anos corrói o jornalismo moderno: a tentação, cada vez mais recorrente, de submeter os fatos às narrativas ideológicas.
A BBC sempre foi referência global de rigor e equilíbrio. Por décadas, simbolizou o padrão de ouro da cobertura factual. Quando um colosso desse porte vacila, o impacto é devastador. E o episódio é sintomático: revela a expansão inquietante de um jornalismo militante, que deixa de registrar acontecimentos para promover causas. Um jornalismo que abandona a narrativa fiel dos fatos e se converte em instrumento de disputa cultural. Troca o relato pela tese, os dados pela emoção, a verificação pela militância. O repórter, que deveria ser um observador atento, sereno e imparcial, transforma-se em pregador de convicções pessoais, como tantas vezes tenho escrito neste espaço........





















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