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Opinião | Velhos problemas, nova oportunidade

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31.08.2025

Que o poder público no Brasil gasta demais não é novidade para ninguém. Mas preocupa mais quando vemos a gastança crescendo. As despesas totais do governo geral — dos três níveis de governo — foram equivalentes a 43,3% do PIB em 2022, segundo dados oficiais do Ministério da Fazenda, o que supera a média de 29,5% da América Latina e mesmo os 34,4% dos EUA, de acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI). Em 2023, fechamos nos 45,3%, e em 2024, em 45,7% do PIB, muito acima dos demais países emergentes e no nível de alguns países desenvolvidos ricos e com população mais idosa. Por isso, em 2023, a nossa carga tributária ficou em 32,4% do PIB, ante uma média de 10% na América Latina, e a dívida pública não para de crescer, lembrando que isso preocupa mais do que dívida elevada, mas estável.

O excesso de gastos reflete também no resultado nominal consolidado do setor público (inclui o pagamento dos juros da dívida). Segundo dados do Banco Central, o governo Temer encerrou o mandato com déficit nominal de R$ 487,4 bilhões, o governo Bolsonaro com R$ 460,4 bilhões, após atingir R$ 1,016,6 bilhões no auge da pandemia, e no governo Lula, em 2024, o déficit atingiu R$ 997,97 bilhões (8,45% do PIB), de acordo com o Banco Central (BC). Em 2023, o resultado havia sido deficitário em R$ 967,41 bilhões.

Além da inclinação compulsiva para gastar, existem mais dois ingredientes que colocam lenha nessa fogueira: a rigidez do Orçamento........

© Estadão