Opinião | Guerras, petróleo e clima
O desenvolvimento econômico do mundo nos últimos três séculos se deu à custa da natureza e determinou a acumulação de riqueza, os fluxos financeiros e o poder geopolítico. Nunca se viu um país abrir mão de ativos e recursos estratégicos pelo dano que podem causar, das pessoas à biodiversidade. Diante disso, dois debates devem ser colocados no Brasil: a exploração de novas fronteiras de petróleo e gás e a de minerais críticos e estratégicos, considerados fundamentais para as transições energética e climática.
Combustíveis fósseis são, ainda hoje, responsáveis por 80% da energia do mundo e, olhando para o futuro, observa-se que, da Agência Internacional de Energia à Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), há uma convergência nos cenários de médio e longo prazo: crescerá a demanda global por energia, com persistência do petróleo no mix global. Em âmbito doméstico, a demanda deve dobrar até 2033.
Diante disso, a pergunta essencial é: de onde ela virá?
Se a corrida pelo futuro é por energia e tecnologia, será também uma corrida por minerais críticos e estratégicos, fundamentais para a geração de fontes limpas, já que há 50 anos a ciência sabe da relação entre a queima de combustíveis fósseis e o aquecimento do mundo. Um carro elétrico demanda, em média, seis vezes mais minerais do que um convencional e um parque eólico terrestre........
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