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“Estrangeiros e peregrinos sobre a terra”

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04.08.2025

 


 

Falando de Abraão e Sara, de Isaac e de Jacob, a segunda leitura do próximo domingo (XIX do Tempo Comum/Ano C) afirma textualmente que “todos eles morreram na fé, sem terem obtido a realização das promessas. Mas, vendo-as e saudando-as de longe, confessaram que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra” (Hb 11, 13), uma expressão que diz não apenas a condição destes ilustres personagens bíblicos, como também aquela que é a nossa humana condição.

Na perspetiva poética e literária, a expressão que dá título a este texto assume-se como uma metáfora poderosa para evocar a vida humana enquanto travessia (é um facto que não temos aqui morada permanente); na perspetiva filosófico-existencial, pode refletir a sensação da brevidade da vida, ou até o sentimento de desalento, de desenraizamento e, porventura, de não pertença (de forma passageira e em busca de sentido, o ser humano está no mundo, realidade que não lhe pertence); na perspetiva social e política, cada vez mais na ordem do dia, evoca a condição dos migrantes e deslocados (há muitos seres humanos “em trânsito”, por razões externas [guerra, pobreza e busca de trabalho] ou internas [busca de identidade ou de superação pessoal]).

Integrada num capítulo que trata da exemplaridade da fé dos........

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