Sistemas alimentares: o futuro da justiça climática passa pelo campo
VIVIANA SANTIAGO, diretora-executiva da Oxfam Brasil
O Brasil é celebrado como potência agroalimentar: exportamos grãos, carnes e frutas em volumes recordes. Mas essa abundância contrasta com a realidade de insegurança alimentar, que ainda atinge milhões. A boa notícia é que, em 2025, o país — mais uma vez — saiu do Mapa da Fome da ONU, após retirar mais de 40 milhões de pessoas da insegurança alimentar entre 2022 e 2024. Um grande avanço, mas longe do fim do problema.
Cerca de 27% dos domicílios enfrentam algum grau de insegurança alimentar, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Isso significa que o acesso a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente e de forma regular, sem comprometer outras necessidades essenciais, respeitando a diversidade cultural e ambiental, é limitado ou incerto, variando desde a preocupação com a falta de alimentos até a fome em si. Desse total, 5,3% estão em insegurança moderada, isto é, quando o acesso aos alimentos é comprometido de forma intermitente ou reduzida; e 4,1% vivem em insegurança severa, em que a capacidade de se alimentar de forma adequada está drasticamente limitada e a fome se impõe como realidade cotidiana.
Esses dados demonstram como o Brasil segue desafiado pelo funcionamento de seus sistemas alimentares — o conjunto de processos que envolve produção, distribuição e consumo de alimentos. Atualmente, esse sistema se apoia na concentração de terra e renda, na exploração da mão de obra rural e na degradação dos........





















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