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O trabalho diante das mudanças climáticas

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06.10.2025

LUIZ MARINHO, ministro do Trabalho e Emprego

Quem trabalha a céu aberto sabe: o calor está cada vez mais forte, a chuva mais intensa e o frio mais inesperado. O clima mudou, e isso já faz parte da rotina de milhões de brasileiros. Não é só questão de desconforto. É risco real para a saúde e para a vida. O corpo sente, a mente se desgasta e, a cada dia, os sinais de que estamos vivendo uma nova realidade ficam mais claros.

Em 2024, tivemos o ano mais quente da história. Parece um dado distante, mas ele se traduz no suor que escorre durante o trabalho pesado, nas pausas que não podem ser feitas, na insolação que derruba um colega no meio da jornada. Só nos setores de agricultura, pesca e construção civil, de acordo com dados do IBGE, mais de 32,5 milhões de trabalhadores brasileiros enfrentam sol forte, calor sufocante e chuvas cada vez mais intensas. E, quando pensamos nos informais, que não têm proteção legal nem direitos assegurados, o problema se agrava ainda mais.

Em muitas cidades do Norte e Nordeste, a exposição ao calor já ultrapassa os limites seguros em mais de 70% do turno de trabalho, de acordo com dados da Fundacentro. No mundo, em 2020, pelo menos 2,41 bilhões de trabalhadores foram expostos ao calor excessivo nos locais de trabalho, provocando 22,85 milhões de acidentes de trabalho e mais de 18 mil mortes relacionadas ao trabalho, segundo dados da Organização Meteorológica Mundial.

As estimativas da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sinalizam que mais de 2,4 bilhões de trabalhadores e trabalhadoras no mundo........

© Correio Braziliense