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O tarifaço de Trump e os desafios do Brasil na nova ordem comercial

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04.08.2025

RICARDO LEÃES professor da ESPM e pesquisador de Relações Internacionais

Donald Trump incluiu o Brasil entre os alvos de sua guerra tarifária. Após ameaçar a imposição de uma tarifa alfandegária de 60% sobre todas as mercadorias brasileiras, Trump recalibrou seu tarifaço: a partir de 6 de agosto, os produtos brasileiros pagarão uma taxa de 50% para estar à disposição dos consumidores estadunidenses. Entretanto, nessa ordem executiva, consta uma longa lista de itens que não deverão ser taxados, como aviões, combustíveis, minérios, fertilizantes, celulose, suco e polpa de laranjas etc.

A incorporação do Brasil no tarifaço de Trump imediatamente demanda de analistas e formadores de políticas públicas a capacidade de realizar uma análise concreta da situação concreta, a fim de entender suas reais motivações e avaliar quais são as possibilidades de remanejo diante do atual contexto. Sem essa apreciação, fatalmente incorreremos no risco de prejuízos ao país: quem erra no diagnóstico erra na ação.

Com esse intuito, cabe ressaltar, em primeiro lugar, que a guerra tarifária de Donald Trump não é com o Brasil, mas com o mundo. Ainda durante a campanha eleitoral, o republicano afirmou que "tarifas" eram a palavra mais bonita do dicionário, mais bonitas do que "amor" — mas menos do que "religião". Já se delineava, portanto, um caminho em que a imposição de tarifas majoradas seria o expediente de Trump para atingir três objetivos interligados: i)........

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