O rato que ruge
André Gustavo Stumpf — jornalista
O rato que ruge é uma comédia britânica, de 1959, simples e direta. Um país que depende da exportação de vinho para os Estados Unidos subitamente encontra poderoso concorrente. Na Califórnia, surge um produto com nome semelhante e preço mais baixo. Para evitar a falência, este pequeno país declara guerra aos Estados Unidos, com objetivo de ser derrotado e conseguir expressivos ganhos com sua derrota, como ocorreu com o Plano Marshall na Europa ocidental. Ou, com outro exemplo mais recente, o Vietnã.
A crítica é muito inteligente e atual no filme dirigido por Jack Arnold, baseado no livro homônimo de 1955 do escritor irlandês Leonard Wibberley. A história cria um país fictício na Europa, na fronteira entre França e Suíça, chamado Grão Ducado de Fenwick. O ator principal é o formidável Peter Sellers, que faz três papéis no filme. A atriz é Jean Seberg. A invasão dos Estados Unidos, por intermédio de um exército de 22 soldados, armados com arcos e flechas, é hilariante. O comandante é míope. Naturalmente, tudo resulta em equívoco monumental.
Mas, o pior acontece. O pequeno reino, por uma série de circunstâncias, vence a guerra e o governo dos Estados Unidos oferece a paz e o pagamento de um milhão de dólares. A história é uma grande ironia com a política externa dos EUA, o que a torna muito atual. Antes de declarar guerra, o pequeno ducado tentou negociar com Washington, mas não obteve qualquer resposta. Só........
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