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O protagonismo negro na política e nas ações em defesa da fé afro-brasileira

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26.10.2025

LUIZ ALVESÒgan Assogbá, integrantedo Projeto Oníbodê

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Por muito tempo, o povo negro foi relegado à condição de coadjuvante em sua história. Nos contaram que política e religião não deveriam se misturar, mas somente nós acreditamos e, enquanto isso, as bancadas evangélicas ganharam força nos espaços legislativos — de câmaras municipais ao Congresso Nacional —, muitas vezes, sendo usadas para barrar avanços nas lutas do povo negro e das comunidades de matriz africana. Nesse contexto, torna-se urgente e necessário que o protagonismo negro esteja, cada vez mais, presente na política e em todas as ações de defesa da nossa identidade, tradições e direitos.

Ser negro/a e praticante de uma religião afro-brasileira é, por si só, um ato político diário. É resistir à opressão histórica, ao racismo estrutural e religioso. Por isso, precisamos ocupar os espaços de poder com nossas representações, nossas vozes e crenças. Não podemos ser apenas apoiadores/as ou figuras secundárias — temos que estar à frente das lutas. Como diz o princípio africano do Ubuntu: "Eu sou porque nós somos". Viver em coletividade é também garantir que quem sobe ajude quem está vindo atrás.

É fundamental incentivar a juventude e o povo de axé a buscar educação, formação política e espiritual para que possam assumir papéis decisivos com a caneta na mão e a ancestralidade no coração. Precisamos........

© Correio Braziliense