Mulheres: nem seguras, nem iguais. Até quando?
Claudia Costa – doutora em direito político econômico, professora da Universidade Presbiteriana Mackenzie-São Paulo
Apesar de termos avançado rumo à igualdade de gênero e de direitos das mulheres em muitos aspectos durante o século passado e no começo do século 21, o atual retrocesso é flagrante em muitos países, inclusive o Brasil. Nos últimos anos — especialmente logo após a pandemia da covid-19, que agravou o cenário —, enfrentamos não apenas uma estagnação, mas a perda de direitos e garantias fundamentais das mulheres. É grave, e vivemos o silêncio deliberado em relação a esse retrocesso.
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A ONU Mulheres completou 15 anos no último dia 2 de julho, e seu relatório divulgado na ocasião,é alarmante. Segue imperiosa a necessidade de enfrentamento aos desafios quanto à desigualdade laboral, econômica, digital e, principalmente, de combate à violência de gênero, que se manifesta de várias formas. Mesmo registrando algum avanço, como a redução da mortalidade materna em um terço ou o aumento de participação política em alguns países, os pontos negativos superam as conquistas. O feminicídio é sua manifestação mais forte.
No relatório de 2024, a ONU classifica essa brutal agressão às mulheres e meninas como epidemia. Os dados........
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