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Depois da fome, a qualidade: o Brasil e o desafio das dietas saudáveis

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JOSÉ GRAZIANO DA SILVAex-diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, 2012-19) e diretor do Instituto Fome Zero

O Brasil foi oficialmente retirado do Mapa da Fome da FAO em 2025, após a prevalência de subalimentação cair de 3,4% no período 2020-2022 para 2,4% em 2022-2024: uma redução de cerca de 30%, segundo a edição 2025 do relatório O estado da segurança alimentar e nutricional no Mundo (Sofi), lançado semana passada pelas Nações Unidas.

Essa recuperação expressiva reflete a retomada de políticas macroeconômicas eficazes que haviam sustentado o primeiro avanço histórico em 2014, como a geração de empregos formais e a valorização do salário mínimo acima da inflação. Também foram fundamentais as políticas públicas focalizadas dirigidas a grupos mais desfavorecidos, como o Programa Bolsa Família, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) da agricultura familiar, a Merenda Escolar do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o fortalecimento das redes de proteção social, todas elas retomadas com vigor no atual governo Lula em 2023/24.

Mas sair do Mapa da Fome não significa que a fome tenha sido erradicada — e muito menos que a população brasileira esteja bem alimentada. Segundo o próprio Sofi 2025, cerca de 35% da população mundial, aproximadamente 2,8 bilhões de pessoas, não conseguem pagar por dietas saudáveis e de boa qualidade, que atendam........

© Correio Braziliense