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COP30 e o alerta médico: não há saúde em um planeta doente

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CÉSAR EDUARDO FERNANDES, presidente da Associação Médica Brasileira (AMB)

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Belém do Pará foi centro das atenções do mundo ao sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a COP30. Pela primeira vez, o Brasil recebeu o encontro global em um território que sintetiza, de forma simbólica e concreta, a abundância e a vulnerabilidade ambiental do planeta: a Amazônia. Mais do que um marco diplomático, o evento foi uma oportunidade para reafirmar uma verdade que se impõe de forma crescente — a crise climática é, antes de tudo, uma crise de saúde.

O impacto das mudanças do clima é sentido nas rotinas de consultórios, hospitais e comunidades. As ondas de calor extremo, que se tornaram cada vez mais frequentes e intensas, aumentam as internações por desidratação e agravam doenças cardiovasculares e respiratórias. O avanço de vetores, impulsionado pela elevação da temperatura e das chuvas, amplia a disseminação de enfermidades como dengue, zika e malária. Ao mesmo tempo, a fumaça das queimadas afeta diretamente a qualidade do ar, piorando quadros pulmonares e contribuindo para crises asmáticas.

Há ainda um aspecto silencioso, mas igualmente grave: os efeitos psicológicos das catástrofes climáticas. Enchentes,........

© Correio Braziliense