A solda que não fecha: o que a audiência de custódia de Bolsonaro realmente revela
A audiência de custódia de Jair Bolsonaro, realizada no início da tarde de 23 de novembro por videoconferência, registrou algo raro na trajetória pública do ex-presidente: a admissão direta de que tentou violar a própria tornozeleira eletrônica. A ata assinada pela juíza auxiliar Luciana Yuki Fugishita Sorrentino é objetiva. Bolsonaro reconhece que utilizou um ferro de solda para “mexer” no equipamento, atribui o episódio a um “surto” desencadeado pela combinação de remédios prescritos por médicos distintos e assegura que não tinha intenção de fuga. A prisão preventiva foi mantida.
A defesa, nas entrelinhas, tenta transformar o episódio em um caso de iatrogenia psiquiátrica. Bolsonaro teria sido vítima de uma tempestade neuroquímica que dissolveu seu senso de realidade e o levou a acreditar que havia uma escuta escondida no dispositivo. A narrativa, embora embalada pela linguagem clínica, perde força diante da lógica, da técnica e do histórico médico do próprio ex-presidente.
Comecemos pelo básico. Tornozeleiras eletrônicas são projetadas para serem fisicamente invioláveis. Possuem sensor de temperatura, loops elétricos internos, detecção magnética e um protocolo contínuo de Keep Alive criptografado. O ferro de solda acionaria o alerta de calor. Qualquer corte rompendo trilhas internas dispararia alarmes. Uma........





















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