Novo acordo entre EUA e UE
Edimburgo e Aberdeen começam o domingo com gaitas de fole e cartazes de deboche. “Welcome to our wind farms, Mr. Trump”, dizia uma das faixas “This is not what my grandfather fought for”, lia-se em outro. Trump chegou à Escócia como um chefe de Estado sem Estado. O sarcasmo escocês, tradicional e afiado, não foi apenas contra Trump, foi contra o que ele representa.
Hospedou-se no seu resort de luxo em Turnberry, entre campos de golfe e protestos. A mídia britânica foi impiedosa. O Sunday Herald estampou: “Trump wants tariffs, we want wind turbines.”
A cidade escocesa, terra natal da mãe do ex-presidente americano, não perdeu tempo em mostrar o que pensa dele. Enquanto isso, Trump pousava com cara de vitorioso preparando-se para anunciar seu novo troféu internacional. Um acordo comercial entre os Estados Unidos (EUA) e a União Europeia (EU) que pode redefinir as regras do jogo no Ocidente e que, segundo seus críticos, mais parece um contrato assinado sob ameaça.
Depois de meses de tensão e ameaças públicas, a União Europeia decidiu ceder. Com medo de perder acesso ao mercado americano, topou praticamente tudo. Aceitou, por exemplo, manter tarifas de 50% sobre aço e alumínio por enquanto, com uma promessa futura de revisar isso dentro de um sistema de cotas. Também concordou com um regime tarifário desigual entre países europeus e, curiosamente, beneficiando a Irlanda do Norte que agora exportará para os EUA com tarifas mais baixas do que o resto do Reino Unido. Isso pode parecer detalhe técnico. Mas na delicada geopolítica britânica, mexer na posição da Irlanda do Norte é cutucar vespeiro. Pode até reacender tensões com o Acordo de Belfast.
Em vez de enfrentar a perspectiva de........
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