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Brasil conduz bem o BRICS

10 11
monday

A tentação de ver o mundo sob a lógica belicosa e restritiva da nova “Guerra Fria”, da grande disputa pelo poder global, é grande. 

A divisão do mundo entre “democracias” e “autocracias”, entre o suposto “Bem” e o suposto “Mal”, é propalada pelo chamado Ocidente e pela direita e extrema-direita mundial e brasileira, de forma constante e sistemática.

Há, de fato, uma pressão geopolítica muito grande para que os países do assim denominado Sul Global “escolham” o lado supostamente “correto” e “democrático” da nova Guerra Fria, e se alinhem aos EUA e aliados, em sua luta contra o crescente protagonismo de nações como a China, a Rússia etc.   

Não faltam também os membros da “quinta-coluna” interna, cada vez mais assanhados e verborrágicos. Em posições comprometedoras para a soberania nacional, abundam.

Ademais, especialmente com a ascensão de Trump, há uma forte degradação das instituições multilaterais e dos princípios do multilateralismo e do direito internacional público. 

Em 1935, Bertold Brecht escreveu um texto intitulado “O Fascismo é a Verdadeira Face do Capitalismo”, no qual argumentava que o fascismo não era um desvio do capitalismo, mas sim sua nova e verdadeira face.

Creio que, no mesmo sentido, Trump é o “Império desnudado”. O Império, em curva descendente, sem as máscaras ideológicas que sempre o buscaram legitimar. Trump está tentando criar uma ordem mundial hobbesiana, sem freios e medidas, na qual os interesses são impostos unicamente pela força do Big Stick, financeiro, comercial e militar.

Pois bem, nesse contexto mundial muito delicado, difícil e belicoso, acredito que a diplomacia brasileira se conduz muito bem na presidência do BRICS.

Ao contrário de alguns, não vejo tibieza ou dubiedade do Brasil, na sua inserção no BRICS e na sua decidida defesa da multipolaridade e do multilateralismo.

O Brasil e o BRICS não devem tomar parte na nova Guerra Fria. Ao contrário, devem contribuir para desmontar essa verdadeira arapuca geopolítica.

Não creio que países como China e Rússia tenham algum interesse em uma ofensiva “anti-Ocidente”, ou algo que o valha. A postura estratégica desses países sempre me pareceu meramente defensiva. Apenas reagem às agressões. 

Putin,........

© Brasil 247