Argentina, um dominium norte-americano?
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Desta vez, a “operação de salvatagem”[1] da Argentina foi feita ao estilo de Donald Trump, como se fosse um grande espetáculo midiático, envolvendo diretamente o presidente americano, seu secretário do Tesouro, Scott Bessent, e os representantes dos principais bancos credores da Argentina liderados por Jamie Dimon, CEO do JP Morgan Chase.
No mês de setembro de 2025, a Argentina encontrava-se em situação pré-falimentar, sem recursos para pagar o serviço da sua dívida com os bancos internacionais e com o FMI. O valor do peso estava em queda livre, e previa-se a derrota do presidente Javier Milei nas eleições parlamentares do dia 26 de outubro, seguida de uma corrida contra o peso e uma explosão inflacionária.
A comunidade financeira internacional já antecipava uma nova moratória da dívida externa argentina, criando pânico nos mercados financeiros internacionais, tanto em Wall Street como na City de Londres. Foi nesse contexto emergencial que Scott Bessent anunciou, no dia 15 de outubro, a intervenção direta do Tesouro Americano, comprando pesos numa operação de swap loan de US$ 20 bilhões,[2] para impedir o colapso da moeda “portenha” às vésperas das eleições parlamentares. E logo em seguida, no dia 22 de outubro, desembarcaram em Buenos Aires os representantes dos quatro maiores bancos americanos – J.P. Morgan Chase, Goldman Sachs, Bank of America e Citigroup –, incluindo o ex-primeiro-ministro inglês Tony Blair, que agora é uma figura de proa do J.P. Morgan Chase International.[3]
Em poucas horas foi montado um pacote de ajuda privada de US$ 20 bilhões, totalizando um resgate de US$ 40 bilhões, desta vez sem a participação do FMI. Esse tipo de intervenção externa na economia argentina não é um fenômeno novo nem excepcional. Basta dizer que, desde os anos 1950 a Argentina já recorreu mais de 20 vezes à ajuda emergencial do FMI. E, hoje, a Argentina é o país que tem a maior dívida do mundo com o Fundo, à frente da Ucrânia, que aparece em segundo lugar, depois de três anos de guerra.
Somando tudo, a Argentina recebeu nesses oitenta anos cerca de 35% do........





















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