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Quais bolsonaristas podem, precisam e devem ser resgatados?

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Tenho o pressentimento de que todos já nos deparamos com gente que, apesar de estar visivelmente incluída no grupo das menos favorecidas, aparece fazendo a defesa de Bolsonaro. Isso já ocorreu comigo por diversas vezes. A mais recente foi durante um corte de cabelo, quando o barbeiro que me atendia resolveu falar sobre os problemas que, segundo ele, estamos enfrentando pelo fato de o governo Lula preferir sustentar vagabundos com o Bolsa Família, em lugar de obrigá-los a trabalhar.

Essas constatações deveriam servir para induzir-nos a entender claramente que nem todos os simpatizantes de Bolsonaro são do mesmo quilate. Por mais difícil que nos seja aceitar a ideia, temos de admitir que, entre os que dão aval ao ex-capitão de extrema direita, há muitos que o fazem por crerem estar atuando no sentido oposto do que nós sabemos ser o rumo real do bolsonarismo.

Evidentemente, quando estamos diante de grandes proprietários do agronegócio, de acionistas e controladores de bancos e empresas financeiras, ou mesmo de pessoas da alta classe média, não nos parece nada anormal ou contraditório que estejam expressando sua concordância e pregando as propostas políticas do bolsonarismo. Afinal, eles demonstram saber muito bem que seus atuais privilégios existem em dependência umbilical com a existência de um sistema político-social que lhes garante a possibilidade de explorar ao máximo as maiorias trabalhadoras e excluí-las de direitos.

Porém, pela lógica, não haveria como justificar que elementos pertencentes aos setores populares também se somem ao apoio de uma corrente política que nada de positivo tem para lhes oferecer. Sem dúvidas, em tais situações, nunca é a coerência de raciocínio o que se impõe, mas sim seu oposto.

Sem........

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