A esperança democrata-cristã para o Algarve: Entre a raiva e a responsabilidade
Vivemos tempos de desencanto. No Algarve, esse desencanto tem rosto e tem voz. São os homens e mulheres que, ao longo de 50 anos de democracia, sentiram que a política lhes prometeu mais do que cumpriu. São os pescadores que viram as quotas e a globalização reduzir a dignidade da sua faina; são os agricultores que enfrentam a seca, as pragas e a burocracia; são os trabalhadores do turismo, incansáveis no verão e esquecidos no inverno. É este o povo algarvio, orgulhoso da sua terra e resiliente perante as adversidades, mas que hoje olha para a política com raiva e frustração. É necessário compreender esta raiva.
Como dizia Adriano Moreira, «a política que não escuta, não governa, domina». O povo algarvio tem razões para sentir que não foi suficientemente escutado. O centralismo de Lisboa, as promessas adiadas de infraestruturas essenciais — do Hospital Central ao investimento sério na ferrovia e na água —, a incapacidade de planear o turismo de forma sustentável, tudo isto alimentou uma sensação de abandono.
Da armadilha que foi transformar a Via do Infante (que foi pensada pelos engenheiros da Junta Autónoma das Estradas como uma via estruturante longitudinal de dupla via gratuita para a distribuição de transito) numa autoestrada que anos mais tarde, em plena ruína nacional, teve de ser portajada e sobrecarregar ainda mais o magro orçamento das famílias e das empresas.
No entanto, transformar esta justa indignação em raiva cega contra a democracia e os seus atores é um risco que não podemos correr.
É neste caldo de........





















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